Até onde descer na EAP (WBS)?

Atualizado em 31/03/2024
Blog de Gerenciamento de Projetos
Entradas do Guia PMBOK®, Escopo, Planejamento, Processos do Guia PMBOK®, Qualidade

O Guia PMBOK® diz que a EAP (Estrutura Analítica do Projeto, ou WBS – Working Breakdown Structure) termina em “pacotes de trabalho. Um pacote de trabalho pode ser agendado, ter seu custo estimado, monitorado e controlado”. Mais ainda: “No contexto da EAP, o trabalho se refere a produtos de trabalho ou entregas que são o resultado do esforço e não o próprio esforço.” (p. 116).

Ou seja, o nível mais baixo da EAP são as entregas, as mesmas listadas na declaração de escopo, nenhuma a mais, nenhuma a menos. Para evitar confusão, eu prefiro usar o termo “entregas” (deliverables), e não mais “pacotes de trabalho” (workpackages), já que é de escopo que estamos falando.

E aí o leitor pergunta: “Mas e as atividades do cronograma (também chamadas de tarefas em algumas ferramentas)? Não fazem parte da EAP? No MS-Project® a EAP pode ser exibida para o cronograma inteiro…”.

Aqui há uma questão semântica, i.e., de definição de vocabulário do Guia PMBOK®, e outra de ordem prática. A questão semântica é: EAP, pelo Guia PMBOK®, é saída de um processo da área de conhecimento escopo, anterior à definição de atividades, portanto, a EAP não contém atividades. A questão de ordem prática é: não seria útil, na identificação das atividades seguir decompondo a EAP abaixo do nível das entregas? Sim, é útil de fato, e você não está proibido de fazê-lo, mas, novamente, é de escopo que estamos falando ao montar a EAP, não de atividades ou tempo. Além disso, por fazer parte da linha de base de escopo, a EAP é usada como veículo de comunicação com o Patrocinador e outras partes interessadas que normalmente não estão interessados em acompanhar um nível de detalhe maior do que o de entregas.

A seguir: “O GP pode propor mudanças ao Patrocinador? Como e quando?”.

Conheça melhor Fernando Dias e veja seus outros artigos e contribuições para nossa Comunidade de GPs.

Referências bibliográficas

MONTES, Eduardo. Introdução ao Gerenciamento de Projetos, 1ª Ed. São Paulo; 2017.

PMI - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia PMBOK®: Um Guia para o Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, Sexta edição, Pennsylvania: PMI, 2017.

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Fernando Rodrigues Teixeira Dias

FERNANDO RODRIGUES TEIXEIRA DIAS é Master in Project Management pela George Washington University (2002), mestre em administração de empresas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (1999), pós-graduado em Gestão Ambiental pelo Senac-SP (2008) e engenheiro eletrônico pelo ITA (1988). Fernando possui mais de 25 anos de experiência em gerenciamento de projetos de TI, reengenharia de processos em instituições financeiras e consultorias de engenharia, telecomunicações e TI. Fernando é um dos criadores da pós-graduação em gerenciamento de projetos do Senac-SP, onde foi coordenador de 2004 a 2010 e até hoje é professor. A dupla experiência acumulada como docente e profissional confere a Fernando um modo próprio de interpretar e transmitir de forma didática os padrões do Project Management Institute – PMI®, o que inclui recomendações práticas sobre o que considerar ao adotar as boas práticas incluídas nestes padrões. Autor do livro ‘Gerenciamento dos Riscos em Projetos‘ (2014) da coleção Grandes Especialistas Brasileiros. Fernando é nosso especialista em gestão de riscos / gerenciamento dos riscos e responsável pelo Fórum sobre Gerenciamento dos Riscos. Fernando foi o PMO responsável pela criação da seção Pergunte ao PMO.