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Crise Hídrica, Gerenciamento de Projetos – Riscos

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Não sou técnico da SABESP, mas, como uma boa prática de gerenciamento de projetos, vou pedir a Opinião dos Especialistas e de nossos leitores para complementar o artigo e debater o assunto.

Em gerenciamento de projetos, você deve saber resolver as crises, os problemas e os conflitos de interesses entre as pessoas (partes interessadas) e gerenciar os riscos para termos sucesso em nossos projetos.

Então vamos discutir um pouco a crise hídrica para identificarmos alternativas para resolvê-la e ainda aprendermos a gerenciar melhor nossos projetos abordando as perspectivas de Riscos, Resolução de Problemas e das Partes interessadas.

 

Riscos

Primeiramente, vamos Identificar os riscos, nesse caso o risco, “4 dias sem água e 2 com” na sua casa e na sua empresa usando algumas referências publicadas.

Técnicos da Sabesp (Campanhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) indicam que a saída mais provável para se estabelecer um sistema de rodízio de água seria uma escala de quatro por dois (quatro dias sem água e dois com). Oficialmente, a Sabesp nega os planos.
From <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/01/30/alckmin-nao-fala-em-rodizio-e-diz-que-sabesp-evitara-usar-3-volume-morto.htm>

As estimativas são de que se não houver a implantação de rodízio ou racionamento e se não houver alteração significativa no regime de chuvas, as reservas do sistema Cantareira se esgotariam em meados de abril.
From <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/01/30/alckmin-nao-fala-em-rodizio-e-diz-que-sabesp-evitara-usar-3-volume-morto.htm>

Hoje a situação é muito pior que no ano passado. Em janeiro de 2014 tínhamos 27,2% positivos no Cantareira, hoje temos 23,5% negativos. Ou seja, consumimos 50% do volume nesse período. Mantida a média de consumo, a água acaba no fim de março.
From <http://www.brasilpost.com.br/2015/01/21/agua-vai-acabar-sp_n_6514850.html?utm_hp_ref=tw>

Agora, vamos Realizar a análise qualitativa dos riscos avaliando a “probabilidade” e o “impacto” do risco.

Risco: Rodízio 4 dias sem água e 2 com ser implantado em São Paulo até Abril.

  • Probabilidade: “Muito Alta”
  • Impacto: “Alto” e para muitos impactados “Muito alto”

Para alguns o impacto será “mais alto” do que para outros.

Por exemplo: Fui a uma consulta do meu filho com sua dentista que é minha comadre. Ela afirmou que já estava sem trabalhar a semana toda, devido à falta de pressão na água necessária para usar os aparelhos usados pelos dentistas.

Isto é, sem trabalho, sem renda, e assim por diante.

Outras pessoas serão menos impactadas por depender menos da água.

De qualquer forma, acredito que todos concordem com a severidade muito alta do risco que estamos analisando.

(*) Seguindo os processos de Gerenciamento dos riscos, em determinadas situações muito complexas e de altíssimo impacto, podemos Realizar a análise quantitativa dos riscos para efetuar a análise numérica do efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto. Como a análise quantitativa dos riscos é muito pouco usada nos projetos, não iremos discuti-las aqui nesse artigo deixando os links para mais detalhes. Caso tenha alguma dúvida, use nosso Fórum sobre Gerenciamento dos Riscos que nossos Especialistas em Gerenciamento dos Riscos responderão prontamente.

Após a análise quantitativa dos riscosonde priorizamos os riscos avaliando sua probabilidade e impacto, vamos Planejar respostas aos riscos priorizados, ou seja, vamos identificar formas ou estratégias para tratar o risco.

Vamos analisar as Estratégias para tratar riscos negativos ou ameaças mais comuns:

  • Eliminar: remover em 100% a probabilidade que a ameaça ocorra.
    • Não consigo enxergar nenhuma possibilidade de fazer algo que irá garantir que não exista rodízio. E você? Deixe seu comentário abaixo.
  • Transferir: transferir total ou parcial o impacto em relação a uma ameaça para um terceiro.
    • Essa é uma boa estratégia nessa situação, você ou sua empresa ou até o governo pode por exemplo, adquirir um seguro;
    • Veja por exemplo, esse artigo que mostra um seguro climático feito pelo Uruguai em 2013

O seguro climático, avaliado em US$450 milhões, cobre a exposição da empresa de energia do Uruguai, a Administração Nacional de Usinas e Transmissões Elétricas (UTE), à seca e aos elevados preços do petróleo. Mais de 80% da energia do país é produzida em hidrelétricas e uma queda no nível da água obriga os uruguaios a gerar eletricidade por métodos térmicos, que usam combustíveis fósseis.
From <http://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/18/internacional/1387401120_428189.html>

Obs.: Não sei se esse tipo de seguro está disponível para pessoas físicas.

  • Mitigar: reduzir a probabilidade e/ou impacto de um risco. Neste caso, consideraremos também postergar a ameaça como uma forma de mitigar.
    • Várias alternativas a serem analisadas aqui também, mas, talvez uma das mais importantes seja a conscientização do uso adequado do bem comum, nesse caso, a agua.
    • Para isso, o governo pode fazer campanhas de conscientização, propor aumento nas taxas para quem consumir menos, isenção para quem reduzir o consumo, …
    • Mas, gostaria de deixar para discutirmos um pouco mais sobre essa alternativa no tema “Partes interessadas”, onde iremos discutir O que levaria você a reduzir drasticamente seu consumo de agua.
  • Aceitar: de forma ativa, estabelecendo plano de contingência caso o evento ocorra, ou de forma passiva, o risco será tratado quando ocorrer.
    • Aqui por exemplo, você pode avaliar formas alternativas para receber água, como contratar caminhões pipas, ….

Com isso, finalizamos o planejamento dos riscos discutindo algumas das possíveis formas e estratégias para tratar o risco e agora iremos Controlar os riscos.

Para Controlar os riscos, precisamos, principalmente, acompanhar os riscos identificados (avaliar o aumento ou redução da probabilidade do risco “4 dias sem água e 2 com” na sua casa e na sua empresa) e executar os planos de respostas aos riscos que fizemos. Desta forma, podemos fazer algo para contribuir para postergar o risco e diminuir seu impacto.

Concluindo, a crise hídrica já chegou em São Paulo e não é um eventual risco, mas sim um problema que deve ser tratado não só pelos políticos e pelas empresas públicas e privadas envolvidas, mas, também pela população que consome água. Minha intenção com o artigo foi usar uma crise real que estamos passando (Maioria dos moradores do estado de São Paulo) para identificar alternativas e discutirmos o quanto é importante gerenciar os riscos que passamos e muitas vezes não fazemos nada para tratá-los. Quando deixamos de ter uma postura de “apagar incêndios” e passamos a nos antecipar as possíveis oportunidades e ameaças, deixamos de ser mais “um” para fazer a diferença e ter mais sucesso em nossa vida e em nossos projetos.
E você, qual é sua opinião sobre a crise hídrica? O que está fazendo para tratar esse problema cada dia maior em nossas vidas? Quais as estratégias e as respostas aos riscos que você adotou ou adotaria?
Gostaria de ter sua opinião e iniciarmos um debate para identificarmos soluções. Contem comigo e com nosso site para discutirmos a crise hídrica, identificarmos alternativas, montarmos um plano de ações efetivas a ser executado e monitorado pelo nosso Escritório de Projetos.

 

A discussão relacionada as partes interessadas ficará para o nosso próximo artigo.

 

Referências bibliográficas

MONTES, Eduardo. Introdução ao Gerenciamento de Projetos, 1ª Ed. São Paulo; 2017.

PMI - PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia PMBOK®: Um Guia para o Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos, Sexta edição, Pennsylvania: PMI, 2017.

Dias, F. R. T. Gerenciamento dos Riscos em Projetos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014

 

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