Atualmente, repetidas vezes, seja em noticiários ou rodas de conversa, um assunto teima insistentemente em não sair da pauta: O apagão de mão de obra.
Faltam engenheiros, médicos e administradores entre outros. E para não aumentar nosso rol de “ausentes” no mercado de trabalho, vou parar por aqui.
Vamos a algumas informações a fim de nortear nosso raciocínio:
Engenheiros: Dos países que compõem o time do BRIC, Rússia, Índia e China formam respectivamente 190.000, 220.000 e 650.000 engenheiros por ano enquanto que o Brasil insere no mercado, ridículos 40.000.
Médicos: É de conhecimento publico que, estamos importando, sem o menor critério, segundo entidades de classe, médicos de Cuba. Que por determinação governamental, podem exercer suas atividades sem nenhuma anuência do Conselho Regional de Medicina. É certo que, enquanto pacientes, nosso anseio é de que ao menos seus diplomas sejam validados para a prática da medicina em território nacional.
Administradores: Só para se ter uma ideia imagine que no Brasil existam aproximadamente 2 milhões de profissionais titulados para um total de 14 milhões de empresas. Repare que o déficit é abismal.
Dia destes, assistindo a um debate de candidatos à presidência da república, a tônica da discussão fixou-se em capacidade gerencial de equipes ou em outras palavras: Gestão.
Sem querer “puxar a brasa para a nossa sardinha”, mas já puxando, vou deter analise e comentários, neste último.
Para começar, devemos esperar de um bom administrador, considerando qualquer área de atuação, habilidades como: técnicas, conceituais e gestão de pessoas. Deve atuar como agente transformador, ajustando-se rapidamente aos avanços tecnológicos e científicos, ou seja, atuar nas organizações e na sociedade de maneira social e responsável. Em outras palavras: Empreender.
Este profissional tem que ser capaz de identificar, diagnosticar e propor tratamento e soluções assertivas para cada desafio encontrado.
Mas, onde estão estes profissionais tão escassos quanto procurados? Qual a razão ou dificuldade em se formar administradores em numero e qualidade necessária para dirigir nossos projetos e satisfazer nossos anseios?
Ouço muito se falar que o gigante despertou. Será mesmo?
O grande segredo é tratar a causa e não o efeito. Existe uma categoria de fundamental importância neste contexto, conhecido popularmente como PROFESSOR. E o questionamento que fica é: Estamos conseguindo formar e entregar ao mercado de trabalho profissionais (professores) realmente qualificados, envolvidos e comprometidos com a formação e educação de nossos futuros líderes? Estamos tratando bem nossos professores?
Como formar e orientar aqueles jovens que carregarão sobre os ombros a responsabilidade de instruir toda uma legião de “carentes de educação”?
A velocidade com que flui a informação e a facilidade em acessá-la vem protagonizando uma revolução silenciosa e sem precedentes no cotidiano da sociedade.
Frente ao exposto é fato afirmar que, a concepção educacional, a didática e os processos pelos quais se formaram os educadores do século passado deverá ser repensado e passar por significativa reestruturação. Aquelas ferramentas que suportavam e auxiliavam as necessidades de aprimoramento dos profissionais de educação como, dicionários, enciclopédias e afins e que demandavam de longos períodos de tempo para se atualizarem, foram sem pudor algum, substituídos pela televisão com notícias em tempo real e pela teia de alcance mundial (www) com muito mais eficiência e qualidade onde a atualização se mede a taxa de “bits” por segundo.
Sem dúvida alguma temos a necessidade e a responsabilidade de fomentar junto à sociedade um debate e exposição de ideias sobre como engajar o jovem no centro da questão sobre a formação daqueles que nos substituirão na direção e condução deste país, pois a nação que negligenciar este preceito estará fadada ao fracasso.
Em minha opinião o momento é agora. E não deve sair de pauta. NUNCA.